# Recurrence of Dental Malocclusion in a Fuzzy Lop Rabbit: A Case Report Palavra-chave: coelhos; má oclusão dentaria; medicina veterinária; recidiva. Abstract-Domestic rabbits (Oryctolagus cuniculus) had their ancestors from western Europe and northeastern Africa. Even today more than 50 breeds of rabbits and countless mixtures persist. Depending on race, size and age, the prevalence of some diseases is higher, such as dental malocclusion, dacryocystitis, pododermatitis, cardiomyopathy and dermatopathy. Their gastrointestinal system is complex and requires adequate environmental and nutritional management. Rabbits and rodents have constant tooth growth, the adequate fiber content in the diet and the way the food is offered provide healthy tooth wear, without causing changes in dental occlusion (Cubas et al., 2014). The deficiency in the feeding of lagomorphs consists of inadequate nutrition with abrasive sheets, lack of long fibers such as hay, thus leading to hyper tooth growth and, consequently, malocclusion. Affected rabbits routinely stop feeding and may present various local and systemic clinical signs. Feeding management and monitoring with the veterinarian periodically are extremely important to prevent dental and other diseases that may affect this species. Author: Aluna de graduação, faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Cruzeiro do Sul, Ceunsp. Endereço: Estrada da serrinha 321, bairro cambara, São Roque-SP. e-mail: larissalemossobral@gmail.com Keywords: rabbits; dental malocclusion; veterinary medicine; relapse. # I. Introdução oi realizado um estudo amplo sobre as más oclusões dentarias em coelhos domésticos, sendo uma disfunção muito corriqueira da espécie. O presente trabalho apresenta uma recidiva de má oclusão em um coelho doméstico de aproximadamente 3 anos, castrado e da raça fuzzy lop. O animal apresentado neste trabalho manifestou sinais clínicos, como inapetência, diarreia, prostração e epifora. Há muitos relatos em clínicas de silvestres sobre esta condição, podendo ser de origem etiopatogenia variada, como afecção congênita, lesões traumáticas, prognatismos mandibulares ou braquignatismos maxilares, afecções secundárias a maloclusão dos dentes superiores e doenças osteometabólicas. Contudo uma dos principais sinais clínicos associados a má oclusão dentaria é a inapetência e epifora, pela ocorrência das raízes dos dentes serem bem próximas aos canais lagrimas do animal, sendo assim prejudicando e gerando um trauma nesses canais, assim agindo fazendo com que os canais não possam exercer suas funções corretamente. A inapetência vem de decorrente a dor e a dificuldade do animal para mastigar os alimentos. Para diagnosticar a má oclusão dentária pode se usar métodos como o raio x, exames físico e clínicos. O tratamento sempre é de escolha cirúrgica, pois o veterinário responsável terá que ter uma visibilidade melhor dos dentes do animal e submeter ao desgaste dentário. # II. # Caso Clínico No dia 10 de julho de 2018 foi atendido na clínica veterinária espaço veterinário um coelho da raça fuzzy lop de aproximadamente 1 ano de idade apresentando epífora (lacrimejamento), inapetência (falta de apetite) e diarreia. Foi então submetido ao exame físico e a suspeita inicial foi de má oclusão dentária, a partir da anamnese e do exame clínico, foram solicitados exames de imagem e de laboratório. No hemograma o animal não demonstrou nenhuma Os molares e pré-molares, quando não utilizados corretamente, continuam a crescer e ficam em contato com seu homólogo do maxilar correspondente quando em repouso, ocasionando fechamento inadequado da boca. Quando a boca não se fecha adequadamente, não há contato e desgaste normal dos incisivos. Causando assim uma má oclusão secundária dos incisivos. O crescimento das coroas dentárias, umas contra as outras, não podendo continuar indefinidamente, pois os músculos e os ligamentos da boca se opõem a isso. Portanto se temos uma pressão anormal das coroas, umas sobre as outras, o que induz sua curvatura anormal, impedido então a direção das coroas, o crescimento dentário continua, apesar de tudo, e induz um crescimento anormal das raízes (Quinton, 2005). Os incisivos superiores se curvam em direção ao interior da cavidade bucal, enquanto os inferiores crescem para frente, a preensão dos alimentos torna-se difícil. O crescimento os incisivos para o interior da boca podem causar lesões doloridas que se infeccionam facilmente. Nos Molares e prémolares os sintomas são discretos. As pontas lacerantes dos dentes provocam pequenas ulcerações da mucosa oral, que ocasionam desconforto temporário e, por fim, cicatrizam (Quinton, 2005). O coelho acaba diminuindo o consumo de alimentos durante alguns dias e depois volta a se alimentar normalmente quando a lesão cicatriza. À medida que essas pontas de dentes continuam a crescer, o desconforto persiste (Quinton, 2005). A desmineralização da maxila ocasiona perda de consistência do osso alveolar, que contém as raízes dentárias. Estas não encontram mais resistência ao seu crescimento e se desenvolvem anormalmente. Consequências do crescimento anormal das raízes podem causar um grande crescimento em direção ao maxilar, podendo assim ocasionar outros problemas como, protrusão das raízes nos canais lacrimais (ocasionando dacriocistite), nos espaços suborbitárias (induzindo a abscessos em caso de infecção, responsáveis pela exoftalmia), na cortical ventral do osso mandibular (formando bolsas detectáveis à palpação). A dor durante a mastigação, a raiz dentária é forçada de forma dolorida contra o periósteo do osso maxilar e entra em contato com terminações nervosas do ápice dentário, isso resulta em dor quando o coelho mastiga um alimento duro, recusando o consumo de feno e, portanto, agravando a doença dentária. Podendo ter uma ocorrência também de uma infecção como a doença periodontal, frequentemente em coelhos, pode induzir a complicações infecciosas na base das raízes. A perda dos ligamentos periodontais deixa um espaço que pode ser colonizado por patógenos (geralmente bactérias anaeróbicas da microbiota digestiva, como Fusobacterium necrophorutn), causando osteomielite e formação de abscessos. Em função disso, pode se formar grandes tumefações nos maxilares ou provocar exoftalmia (Quinton, 2005). Um ano após a submissão a cirurgia o animal, apresentou uma recidiva, tendo que ser submetido ao mesmo processo cirúrgico de antes. Foi então contatado pela anamnese e os resultados dos exames que por ser tratar de um coelho doméstico ele poderia ter desenvolvido um processo crônico de deficiência de vitamina d, juntamente com problemas já pré-dispostos a raça. Um estudo realizado por Harcourt-Brown e Baker em coelhos de estimação acometidos por distúrbios dentários demonstrou que os animais apresentavam hipocalcemia e concentração sanguínea de paratormônio significativamente maior, em relação aos coelhos de vida livre. A falta de desgaste dentário associada à alimentação pobre em fibras não seria assim, o único fator importante na ocorrência de doença dentária. Os coelhos que vivem em ambiente externo se alimentam de ervas, que os oferecem fonte equilibrada de cálcio e fósforo. Portanto estes animais têm um aproveitamento da luz solar, permitindo a síntese de vitamina D. Embora no coelho a absorção intestinal de cálcio seja possível na ausência de vitamina D, sua presença favorece a absorção do cálcio, em especial quando o teor do mineral na dieta é baixo. Em contrapartida, a vitamina D influencia a mobilização do cálcio intraósseo e o controle da excreção renal de cálcio. A vista disso, a deficiência de vitamina D pode ter papel importante nas instalações de doenças dentárias em coelhos, podendo ser associa a fatores mecânicos, a falta do desgaste dentário, um fator metabólico, a desmineralização dos dentes e dos ossos que os sustentam. As indicações para que o animal possa conviver com este distúrbio e ter uma qualidade de vida, é de eleição de escolher bons alimentos, sempre oferecer uma boa nutrição com verduras e fenos. Foi sugerido ao tutor do animal que vive dentro de casa tomar banhos de sol pela manhã, realizar os desgastes dentários todos os anos, acompanhamento veterinário uma vez ao ano pelo menos e qualquer intercorrência e algum sintoma levar o animal ao veterinário especialista, para que o animal possa vir a ter uma qualidade de vida compatível com a vida. # III. # Matérias e Métodos As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário clínico, registro fotográfico dos exames de imagem aos quais o paciente foi submetido e revisão bibliográfica. # IV. # Resultados e Discussão As más oclusões dentarias em coelhos costuma ser de aspecto comum, variando muito sobre a alimentação e manejos destes animais. No caso relato, o animal apresentou um hiper crescimento acompanhado de uma recidiva das más oclusões, os coelhos de vida livre costumam se alimenta de ervas que oferecem os nutrientes necessários. Sendo assim G os coelhos de vida livre costumam ter um aproveitamento da luz solar, sintetizando a vitamina D, em contrapartida os coelhos domésticos não costumam ter um aproveitamento tão constante da luz solar, causando uma disfunção da síntese de vitamina D acompanhada da falta de desgaste alimentar natural, o que pode vir a levar a um problema dentário e então a recidiva de má oclusão dentaria. É sempre indica que o animal doméstico possa vir a ter um aproveitamento melhor da síntese da vitamina D, tomando sol pela manhã, realizar mudanças no abito da alimentação introduzindo alimentos que sejam mais duros como caules de couve e realizar o desgaste dentário com um médico veterinária para que o animal possa vir a ter uma qualidade de vida compatível com a vida. V. # Conclusão A má oclusão dentária é tem uma ampla ocorrência nos lagomorfos, manifestando diversas etiologias e podendo ocasionar diversas disfunções odontológicas, avançando assim para outros sistemas. A dieta é uma das causas comuns e que deve ser controlada para impedir a evolução severa do quadro clínico do paciente. O prognostico tem sido bom, realizando o procedimento cirúrgico o quanto antes. Na literatura tem-se descrito diversas técnicas, sendo de escolha do médico veterinário de acordo com o exame físico e histórico do animal e urgência, que no caso foi optado pelo procedimento cirúrgico de desgaste dentário em conjunto com mudanças no ambiente do animal como banhos de sol pela manhã e mudança em sua alimentação. ![dentro dos parâmetros normais. O diagnóstico se baseou no exame da cavidade oral e no exame radiográfico. Exame da cavidade oral: Com o coelho contido com uma toalha, pode-se examinar uma parte da cavidade bucal com auxílio de um especulo nasal ou, na falta deste, de um otoscópio. Investiga-se a presença de pontas de dentes visíveis ou de lesões na mucosa oral. Essa técnica não permite visualizar cerca de 25% das lesões. O exame minucioso da cavidade oral requer anestesia geral e utilização de um abridor de boca específico.Na radiografia o animal apresentou, comprometimento do canal nasolagrimal ocasionado por um crescimento anormal das raízes dentarias que foi apresentada juntamente no exame.Imagem 1: Raízes dentarias em Imagem 2: Crescimento dentário exagerado Podemos encontrar em exames radiográficos realizados nos casos de má oclusão dentária que demonstram, com grande frequência, a desmineralização dos ossos cranianos. As alterações da forma, posição e estrutura dos dentes tem possivelmente uma ligação com à osteopenia, decorrente de um desequilíbrio no metabolismo do cálcio. O animal foi então submetido ao desgaste dentário e a correção cirúrgica no dia 02 de agosto de 2018. Na cirurgia foi possível observar pontas nos dentes pré-molares que possibilitavam a formação de pontas lacerantes em direção à mucosa oral do animal. Os dentes inferiores, que cresceram em direção ao interior da cavidade, lesionaram a língua, enquanto os dentes superiores, que cresceram em direção ao exterior, lesionaram as bochechas. A pós o desgaste dentário, o animal passou bem e voltou a comer, não apresentou novos sinais de dor, inapetência e epifora. Imagem 3: Dentes com pontas, Imagem 4: Dentes após o desgaste dentário, Um dos fatores que pode estar relacionado ao problema de má oclusão dentária é o fator mecânico pela falta de desgaste das coroas dentárias.](image-2.png "") © 2021 Global Journals * ZCubas * Tratado de animais selvagens: medicina veterinária JCSilva JLCatão-Dias 2014 São Paulo; Roca * Consequências do manejo nutricional e ambiental inadequados para a saúde dos animais selvagens de estimação MJRibeiro 2017 * Má oclusão dentaria em coelho PPSerejo LGFlorencio MMSantos 2016 * Novos animais de estimação, pequenos mamíferos. 1 ed. Rio de janeiro: Roca FJQuinton 2005 181